terça-feira, 16 de novembro de 2010

A psicologia dos contos de fadas: ênfase no psicológico infantil - Metodologia Científica

Novembro de 2009

Delimitação do tema

Inicialmente os contos de fadas não foram escritos para crianças, muito menos para transmitir ensinamentos morais, em sua forma original apareciam muitas historia de adultério, estupro, e canibalismo. No século XII e XIII, na França as fadas são o centro das atenções com a figura ambígua de Melusina uma mulher que é uma serpente ou peixe, algumas vezes, é também representada com asas, duas caudas ou ambos, e, por vezes, mencionada como sendo uma nixie.
No século XVI, os contos de fadas começam a se reunirem em coletâneas, que mais tarde se popularizaram como os contos de Basile Sole, Luna e Talia" deu origem a "A Bela Adormecida", que daí pra frente seriam cada vez mais buscados por autores para influenciar suas obras.
As versões infantis começam a surgir na França no século XVII, por pelas mãos de Charles Perrault, que em 1697 publicou Contes de ma Mère l'Oye ("Contos da minha Mãe Gansa"), que no primeiro momento não se destinava as crianças pois tem como fundamento defender questões feministas .As duas primeiras adaptações ("A paciência de Grisélidis", de 1691 e "Os desejos ridículos", de1694) reforçam esta tese. Apenas em1696, com a adaptação de "A Pele de Asno" é que Perrault manifesta a intenção de escrever para crianças, principalmente meninas, orientando sua formação moral.
Após atravessar uma fase de desinteresse, por parte do público adulto e cem anos após a publicação de Mãe Gansa, os folcloristas Jacob e Wilhelm Grimm, decidiram investir e pesquisas adequando no espírito do povo alemão (mesmo que muitas destas narrativas

Justificativa

Os contos de fadas estão presentes na infância da maioria das pessoas e podem influenciar o psicológico das crianças de forma direta. É importante um estudo sobre isso pra entender qual é a verdadeira intenção por trás das lições de moral que os contos tentam mostrar, especificamente para as crianças.
A maioria dos contos de fadas são narrativas simplórias porem, pode conter experiências emocionais complexas, vale ressaltar que a influencia no psicológico das crianças não é tido de forma explicita a mensagem a ser passada se apresenta de forma subliminar, pois a criança não possui maturidade o suficiente para interpretar de forma racional a verdadeira lição do conto, contudo, tal lição fica guardada na consciência da criança e pode influenciá-la em pequenas ações do cotidiano ou ate mesmo na formação de caráter. Assim os contos de fadas tem sido objeto de estudos de seguidores de diversas correntes da psicologia, a fim de saber até que ponto essas estórias podem mexer com a imaginação e o psicológico das crianças, daí uma necessidade de aprofundamento no tema.

Problematização

Os contos de fadas apelam para nós a dois níveis. O primeiro nível tem a ver com o imediato e o espontâneo: boas e más forças lutam umas contra as outras e as boas saem vencedoras. O herói funciona como um modelo a imitar, a aparência imediata tem a ver com o ego consciente, visto que a criança sempre se identificará com o herói.
O segundo nível faz apelo ao inconsciente por meio de símbolos profusamente representados nos contos de fadas. Neste nível inconsciente, a criança relacionará os símbolos com os seus conflitos internos. Gradualmente, ela poderá tomar consciência dos seus conflitos e aceitar ajuda para trabalhá-los, outro aspecto importante é a sua orientação para o futuro, normalmente positivo.
Os contos de fadas não nos fala de uma solução feliz que se atingiu sem qualquer esforço. As mais variadas histórias falam todas de certo problema que só se resolve quando o herói ou a heroína se submetem a provas e a sofrimentos. Isto significa que a criança não ultrapassará a sua crise até estar pronta para evoluir por meio de um combate e até que seja capaz de reconhecer, de forma ampla, o seu problema, e tenha assim atingido a maturidade. Através dos contos de fadas, a criança auto-motiva-se para fazer algo, para ser ativa. Os contos mostram à criança a possibilidade de reparar, a nível simbólico, aquilo que tem sido uma imagem negativa ou, pelo menos, ajuda-se a criança a obter uma imagem mais facetada e positiva ao livrar-se de alguns sentimentos negativos.

Hipótese

Pretende-se verificar a validade da seguinte hipótese: Através dos contos de fadas as crianças conseguem se livrar dos sentimentos negativos.

Objetivo

Analisar os contos de fada, fazer um estudo aprofundado sobre os contos de fadas, de modo que possamos analisá-los numa perspectiva psicológica, enfatizando o lado infantil.

Metodologia

No primeiro capitulo pretendemos estudar a origem dos contos de fadas, suas historias originais e o objetivo utilizando o método dedutivo. Com inferência dedutiva na abordagem original dos contos.
O segundo capitulo relacionaremos alguns contos específicos e interpretaremos as lições passadas por cada um, usando como base uma entrevista fechada onde delimitamos as perguntas feita a partir do nosso conhecimento no assunto . A entrevista foi feita com uma estudante de psicologia da Universidade Católica, que se especializou em psicologia infantil, a entrevista foi aberta, deixando a cargo da aluna a abordagem do tema.
Já na terceira parte começaremos a explanar o estudo realizado enfatizando o lado infantil, no que os contos podem influenciar no psicológico infantil de fato. No quarto e ultimo capitulo, são feitas algumas considerações finais e são mostradas as conclusões do estudo realizado penetrando no mundo dos fenômenos e da mudança dialética que ocorre na sociedade.

Embasamento teórico

A importância que os contos de fadas podem ter na vida das crianças principalmente na resolução de seus conflitos emocionais é citado no livro de Bruno Bettelheim, A psicanálise doa contos de fadas. Utilizando uma linguagem psicanalítica o autor apresenta uma visão dos contos analisados com um olhar que se detém nos conflitos inconscientes das crianças.
Complementado a idéia do livro citado acima Diana Corso, Mário L. Corso em seu livro Fadas no Divã relaciona as mais importantes histórias infantis, antigas e modernas, com os conhecimentos psicanalíticos. O texto apresenta o linguajar de uma obra de literatura e é destinado a profissionais da área da psicologia e também ao público leigo que por razões de trabalho, paternidade ou simplesmente por curiosidade querem saber mais sobre o tema.

Referencias Bibliográficas

BETTEKHEIM, Bruno; A PSICANALISE DOS CONTOS DE FADAS. 15 edição. Rio de Janeiro: 190.366pag.
CORSO, Diana, L. CORSO, Mário. FADAS NO DIVÃ: PSICANÁLISE NAS HISTÓRIAS INFANTIS Porto Alegre: Artmed, 2006.328pag.

Créditos à: Nathália Guimarães, Priscila D'arc e Vítor Albuquerque

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