terça-feira, 16 de novembro de 2010

Artigo de opinião sobre o livro de Alfredo Vizeu "Decidindo o que é notícia" - Int. a Rádio de TV

Abril de 2010

O início do livro de Alfredo Vizeu, “Decidindo o que é notícia”, dá ênfase à importância que a mídia, no caso a TV, tem sobre a população, citando uma enquete realizada pelo jornal “O Estado de São Paulo”, que revela que o paulistano “não desgruda o olho da TV”. Sendo assim, tudo que passa na televisão, a população está ciente. Isso prova a influência que a mídia tem sobre as pessoas. Vizeu ainda deixa claro como a Rede Globo lidera o primeiro lugar no ibope, sendo assim a emissora de mais “poder”. “Os noticiários televisivos ocupam um papel relevante na imagem que elas constróem da realidade. Acreditamos que buscar entender como eles são construídos, contribui para o aperfeiçoamento democrático da sociedade.” Diz o autor. O livro deixa claro, logo no início que o intuito do mesmo é estudar os caminhos do processo da definição do que é notícia.
Notícia pode ser aquele fato que vai acontecendo na rotina do jornalista, e o mesmo vai moldando e editando na redação do jornal em que trabalha. No caso de uma montagem da própria notícia no telejornal, o livro fala que, ao chegar o texto feito pelo jornalista ainda passa por vários processos antes de ir ao ar, na TV. E, também, o horário que a notícia deve passar é determinada, como por exemplo, uma notícia sobre um incêndio; um tempo certo para ela seja reproduzida seria após a notícia de um acidente de carro, onde estaria dentro do contexto do telejornal. Resumindo, o livro tenta explicar, de acordo com os estudos que Vizeu realizou, como formar um telejornal e decidir o que é notícia para o mesmo, sem deixar de lado o “faro jornalístico” que é o instinto que os profissionais acreditam ter para pegar no dia a dia, fatos que possam ser importantes.
“É fundamental levar-se em conta o aspecto da produção rotineira das notícias, é claro, sem deixar de lado o problema da manipulação da informação.” Pg 11.
O livro passa, que o fato (notícia), sofre um tipo de manipulação antes de ser veiculado na televisão. Deixando claro assim, o poder e a capacidade que a mídia tem em cima da notícia, podendo até mesmo, ao seu favor. Vizeu aborda também duas peças básicas que ajudam a definir o que é notícia: indústrias culturais/televisão e indústrias culturais/jornalismo, onde indústria cultural/TV é a indústria comum, com participação cravada pelo produtor. De acordo com a escola de Frankfurt (Primeiro trabalho sistematizado e organizado das práticas específicas dos meios de comunicação de massa, no contexto do capitalismo.): “as indústrias culturais são parte constituinte e um dos principais atores do desenvolvimento do capitalismo em uma economia globalizada.”
De acordo com o livro, nem sempre é o jornalista quem “decide” o que é notícia, as vezes, até a própria empresa e seus devidos concessionários são os responsáveis pelo que vai ser mostrado, e não respeitam o verdadeiro fato, que deveria ser exposto. Entra também a história dos patrocinadores. A Rede Globo absorve quase 80% de toda publicidade destinada a televisão, investimento muito bom para eles, já que estão ganhando dinheiro, e o que é notícia, de interesse ao público não leva em conta. E nem o público se dá conta disso, já que tudo que passa na “influente” Rede Globo de Televisão, é aceito pela população. Ela é a emissora que mais tem poder no Brasil e que mais possui seus devidos concessionários ilegais, além de não ser somente uma empresa ligada a área de comunicação e sim, também ao turismo com suas devidas empresas interligadas: Rio Atlântica Hotel e a Rash Administradora de Hotéis e Turismo. Vizeu afirma que a televisão tem o poder de ser uma indústria nela mesma, como produtora e exibidora.

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