Dezembro de 2009
Os índios em Pernambuco:
Os povos indígenas que os portugueses encontraram ao chegar ao Brasil eram numerosos e contavam com uma população que chegava a cerca de oito milhões. As tentativas de fazê-los trabalhar como escravos, conforme as mentalidades então vigentes nos países colonialistas não deram certo, mesmo porque, os jesuítas nos primeiros anos de colonização do Brasil os tomaram sob sua responsabilidade. Hostilizados pelo povo que agora habitavam suas terras eles foram migrando para os sertões, onde lhe eram permitidos conservar seus costumes e crenças.
Hoje, os índios estão divididos em etnias que ainda se encontram nos sertões do país. Em Pernambuco encontram-se divididos em 10 etnias, como: Fulni-ô, no município de Águas Belas; Os Pankararus, localizados no Brejo dos Padres, entre a cidade de Tacaratu e Petrolândia; Os Kambiwás, em Ibimirim; Os Xucurus, na Serra do Oruba em Pesqueira; Os trukás, na Ilha de Assunção em Cabrobó; Atikum, que habitam a região da Serra da Umã; Kapinawá, que descende do povo que morava na Aldeia de Macaco; Pankararu, grupo mais amplo dos índios do sertão; Pipipã, espalhados na ribeira do rio Pajeú; Tuxá, transferido de terras em Itacaratu/Pe.
Existem dados importantes sobre essas aldeias e um pouco particulares como a dos Xurucus, nas proximidades de Cimbres e Pesqueira que foram recentemente reconhecidos como a comunidade indígena mais populosa de Pernambuco (mais de 10 mil). Os Funi-ôs, que vivem nas terras de águas Belas e que possuem uma língua própria, o Yathê, ainda falada pelos ancestrais e por parte da população que ali habita.
Em geral as aldeias indígenas costumam tratar suas doenças com plantas e ervas cultivadas por eles. Depois que a FUNASA (Fundação Nacional de Saúde) assumiu os cuidados com a saúde indígena, a taxa de mortalidade caiu, principalmente entre bebês e idosos. A falta de demarcação de terras é um grande problema e acirra conflitos, mesmo porque, a mentalidade colonial não mudou muito e ainda vê o índio como estorvo e símbolo de atraso.
Atualmente a conscientização dos índios, que conduzem a valorização de sua cultura, leva-os a procurar recuperar hábitos antigos e uma sabedoria própria que caminhava para a extinção. Eles não acham que a modernidade da TV, do rádio, das casas de alvenaria, estudos, emprego entre os brancos, vá de encontro aos costumes transmitidos pelos antigos. Tanto que os Funi-ôs de Águas Belas estão tentando restaurar a medicina tribal.
É perceptível na cultura brasileira a grande participação do índio que contribuiu muito para a nossa cultura. Hoje temos a presença indígena nas palavras originárias da sua língua materna. Como por exemplo: Itamaracá, Itapissuma, Igaraçu etc. Em nossa alimentação podemos encontrar também um toque indígena com a macaxeira, a mandioca, a tapioca e o beiju. E a prática de uso de ervas medicinais para curar doenças. E por último, a organização indígena, que serve de modelo para a criação de associações e cooperativas.
Assimilação:
A assimilação se dá quando indivíduos que possuem diferentes características socioculturais permutam tais características de modo a se tornarem semelhantes. Um exemplo de assimilação é a miscigenação. No Brasil, a mistura entre raças é bastante evidente principalmente a miscigenação com a cultura indígena. Com a chegada dos colonos Portugueses deu-se início a miscigenação em massa com tal cultura.
Atualmente os povos indígenas ainda permutam sua cultura com diferentes etnias frequentemente, segundo a assistente social, Tânia Motta quando um indígena se casa com um indivíduo de outra etnia geralmente o casal passa a viver na aldeia do indígena, tal comportamento não afeta a cultura dos índios de maneira negativa, ou seja, as tradições indígenas não são substituídas pela cultura dita como “branca”, ocorre então uma permutação entre as culturas. Vale ressaltar que, também, ocorre à miscigenação entre aldeias indígenas.
Acomodação:
A acomodação se dá quando indivíduos, pessoas, grupos, etnias compartilham de interesses não obtendo metas, valores, crenças, atitudes e padrões de vida de comportamento, basicamente vividas numa sociedade, porém tais indivíduos convivem como se tal não ocorresse. Isso ocorre justamente com os índios. Apesar deles não perceberem, estão cada vez mais, acomodando-se em "nossa" sociedade, pegando "nossos" costumes e deixando os seus com o passar do tempo.
Para serem aceitos socialmente, os indivíduos simulam um comportamento que não corresponde ao seu modo de viver propriamente dito, vivem de tal maneira que necessitam, ou seja, por vezes fingem ser o que não são. A acomodação, como a própria palavra diz, é como acomodar-se para ser bem aceito para o modo de vida da sociedade em que se vive.
Cooperação:
A cooperação está muito presente nas aldeias indígenas. Principalmente quando se trata de questão de reivindicação de terras. Eles se unem e cooperam entre si para conseguir o que querem.
Competição:
A competição é um processo que acontece quando vários indivíduos de uma equipe ou buscar alcançar um objetivo que pode ser alcançado por todos, ou pelo menos, pela grande maioria. Vale ressaltar que o processo competitivo tende a ser inconsciente, mas alguns fatores que tendem a ser muito claros entre os indivíduos que competem entre si, tendo como um exemplo a competição profissional. Bom, ao contrário do conflito, a competição tende a ser de caráter pacífico.
Comparação com as comunidades indígenas:
Ao contrário do conflito, o qual acontece frequentemente na disputa de terras, luta pelos direitos iguais, é raro haver competição acirrada entre os indivíduos de uma mesma comunidade. As competições que têm são, caracterizando o processo competitivo, de caráter pacífico. Um exemplo dessa prática são as competições esportivas, realizadas todos os anos em diferentes regiões do Brasil por várias tribos indígenas. A maioria dessas competições inter-tribais são organizadas pelo governo estadual, ou pelos órgãos responsáveis. Alguns aspectos importantes desses torneios são que eles ajudam a integrar cultural e esportivamente as comunidades indígenas.
E ainda mais importante, as competições pacíficas e harmoniosas trazem a possibilidade dos índios observarem como os outros mantêm a cultura tradicional da tribo e tentarem fazer o mesmo.
Competição:
*Disputa de caráter pacífico;
*Alcance de um objetivo por vários ou todos da equipe;
*A maioria têm chances iguais.
Competição esportiva entre os Índios:
*Integração cultural e esportiva;
*Oportunidade de observação e assimilação das técnicas usadas para manter a cultura tradicional entre as tribos.
Referências Bibliográficas
VILA NOVA, Sebastião; Introdução à SOCIOLOGIA. 5ª edição. São Paulo. Editora Atlas: 210pag.
Agradecimentos:
FUNAI – Fundação Nacional do Índio
Fatima Brito – Antropóloga da FUNAI
Tânia Motta – Assistente Social da FUNAI,
Créditos à: Isabella Andrade, Malu Silveira, Nathália Guimarães, Pollyanne Brito, Priscila D'arc e Vítor Albuquerque
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