No início do evento, o Diretório Acadêmico fez a leitura de alguns nomes de vítimas que sofreram com o preconceito e foram mortas por pessoas que são contra a relação homossexual. O evento foi aberto para qualquer um que quisesse expressar sua opinião e se manifestar a respeito do assunto.
Flávia de Moura, estudante de Psicologia da Unicap, conta a experiência que teve em seu intercâmbio para a Índia: “Através de um trabalho voluntário passei dois meses na Índia convivendo com pessoas que possuem o vírus da AIDS e eram homossexuais, prostitutas e usuários de drogas injetáveis. E o que eu vim expor aqui foi a experiência que tive com uma pessoa que tinha o vírus da HIV e mesmo assim, em estado terminal, ajudava e lutava contra o preconceito”, ressaltou.
“Estou achando a iniciativa incrível! Acho que o Diretório Acadêmico foi feliz em fazer esse ato justamente para mostrar que gay é gente, é vivo e merece respeito assim como todas as pessoas,” elogiou Jéssica Pimentel, estudante de Fotografia.
Juliano Mendes, estudante do 6º período de Jornalismo, conta o que achou do ato promovido pelo D.A.: “Eu achei bastante positivo, uma vez que o evento procurou esclarecer as pessoas que não fazem parte da comunidade LGBT sobre os direitos dos homossexuais e a necessidade de respeitá-los. Isso aqui é uma celebração para todas aquelas pessoas que sofrem preconceitos por ser homossexual, ser gordo, baixo, alto, feio, magro, negro, branco, anão, fanho. Então, é a uma questão de respeito pelo que você é.”
Juliano esclarece a mudança da antiga sigla GLS (Gays, lésbicas e simpatizantes) para LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transexuais): “Da mesma forma que algumas pessoas falam ‘bom dia a todos’ e ‘bom dia a todas’ para valorizar tanto mulheres quanto homens, essa sigla foi mudada justamente para englobar mais as pessoas que fazem parte desse mundo”, explicou.
Um momento bem emocionante foi quando todos os participantes, numa grande roda, se cumprimentaram com abraços, apertos de mão, beijos e sorrisos, numa demonstração de afeto. Ao fim do ato, houve a participação das professoras de Direito Andréa Almeida Campos e Marília Montenegro de Mello, coordenadora do Mestrado em Direito. “Espero que um dia a gente não precise de um evento contra a homofobia. Nós estamos aqui para falar de um direito intrínseco, que é o respeito às escolhas pessoais. Precisamos aprovar a lei contra a homofobia!”, frisou a professora Andréa.
“Parabenizo a Universidade Católica de Pernambuco por permitir esse espaço para discutir o tema. O Código Civil condena qualquer tipo de violência contra as pessoas. Vamos à luta contra os nossos próprios preconceitos!”, destacou Marília.
Saiba mais
17 de maio de 1990: A Organização Mundial de Saúde (OMS) aprovou a retirada do código 302.0 (Homossexualidade) da Classificação Internacional de Doenças, declarando que “a homossexualidade não constitui doença, nem distúrbio e nem perversão”. Na mesma data, é comemorado o Dia Internacional de Combate à Homofobia, termo usado para caracterizar uma série de atitudes e sentimentos negativos em relação a lésbicas, gays, bissexuais e transexuais.
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