quarta-feira, 13 de junho de 2012

Consumismo

Ao entender o que significa o “consumismo”, percebemos o quão grave é a situação, principalmente no Brasil. Quando assisti o documentário “Criança: a alma do negócio” fiquei chocado com a quantidade de crianças que são consumistas. Mas o que mais me chamou atenção, não foi esse fator e sim o quão elas são influenciadas pela publicidade exposta quase que 24 horas por dia na televisão, meio de “diversão” das crianças de hoje.

O Brasil é um país de consumistas. Não são somente os pequenos que sofrem dessa, podemos chamar, quase doença. O ato acontece muito, por incrível que pareça nas classes médias baixas, onde existe a forma de parcelamento de compras. Mas um dos fatores de compra desses produtos é o simples fato de querer mostrar ao próximo que você também tem aquele instrumento que está na moda, mesmo que não possa pagar. Gente deixa de comer, de ter uma vida saudável, se transformam em devedores... tudo para ter o que a população chama de “moda”. Mas até onde vai esse consumismo imenso?

O consumismo hoje está ligado ao entretenimento, em outras palavras, a televisão. Propagandas de produtos, muitas vezes irregulares ou alimentos que possam causar algum tipo de incômodo são passadas ali, claramente para toda e qualquer pessoa vulnerável assistir. No caso das crianças, propagandas de roupas, comidas e eletrônicos são as mais mostradas. Não se tem mais a aparição de brinquedos, elas hoje querem é eletrônico, roupas da moda e shopping. Me choquei quando vi no documentário que uma das crianças entrevistadas queria ser rainha do mundo e morar num shopping.

Quanto mais consumo de produtos na moda, mais popular você é. Nos Estados Unidos da América, nenhum produto (com exceção de carros e casas) pode ser parcelado. Se você tem o dinheiro você compra; se não, junte e pode obter. Na minha visão, isso gera certo controle do consumismo para a sociedade. Me pergunto, por que não implantar esse projeto aqui no Brasil e vermos como funciona? É claro que antes, a publicidade necessitaria de ser diminuída e/ou até proibida em alguns casos.

3 questões sobre Ciência Política

1ª questão: Interpretar o comportamento dos personagens do filme “O Invasor” a partir de Hobbes e Maquiavel.

O filme mostra o lado negro da vida. A competição, a necessidade de vencer e até que ponto pode chegar o suborno e a máfia. O que muitos já sabem é que existe uma máfia por trás de quase tudo ilegal na vida. Até aí, tudo bem. Mas, quase metade dessas pessoas que sabem disso, não tem conhecimento de onde vem a máfia.

Tomamos como exemplo o filme; sócios contratam um matador para eliminar um terceiro sócio e ficar com a parte deste na empresa. Até o final do filme, vemos que há parcerias que são feitas e acordos sigilosos. Mas, quando o sócio correto decide abrir o jogo, é surpreendido com um policial corrupto que acoberta todo o caso, fazendo de mandante o sócio que planejou tudo.

De acordo com Maquiavel, o Estado e o governo devem ser mostrados como realmente são e não como deveriam ser. O que é explícito (somente para o telespectador) no filme. O que fica implícito é que a máfia continua e os segredos são muitos. Thomas Hobbes defendia a ideia segundo a qual os homens só podem viver em paz se concordarem em submeter-se a um poder absoluto e centralizado.

O matador contratado pelos sócios fez seu serviço, mas não ficou somente até aquele ponto. Ele cercava a vida dos empresários, fazendo de um inferno toda uma situação que, supostamente, era para ser extinta. Então, resumindo, na ideia de Hobbes, realmente, os empresários só poderiam ter paz se concordassem com o que o matador queria.


2ª questão: Interpretar o comportamento dos personagens do texto “Nossa história” que conta dos 26 anos do Movimento Sem Terra, a partir dos pensamentos de Rousseau e Locke.

Num país como o Brasil, onde governantes e concessionários se tornam “donos” das “terras públicas”, fica difícil o controle desses espaços, que deveriam ser usados para a melhoria dos cidadãos.

O Movimento Sem Terra (MST) completa, este ano, 26 anos. A maioria da população, quando ouvem falar do MST já associam a guerras, brigas, discussões e interrupções na vida metódica do país. Mas o que muitos não sabem é que o MST vem lutando pelos direitos que são nossos.

A Reforma Agrária é o ponto que mais é estudado e pedido pelo movimento. Um dos pontos principais é a produção de alimentos, que deve ser feita pensando no país, no melhor para sua população e não somente para exportação e baseado em bolsa de valores.

O que o MST vem fazendo é justamente o pensamento de Rousseau, em que ele fala que o homem não pode renunciar à sua liberdade, diferente do pensamento de Locke: "o homem, por ser livre por natureza, não pode ser privado dessa condição e submetido ao poder de outro sem o próprio consentimento".

O liberalismo, que é um sistema político-econômico baseado na defesa da liberdade individual, é explícito no texto e o que os teóricos pensam sobre o assunto é basicamente diferente.

Para Locke, o homem nasceu sob o “estado natural” ou “de natureza”: não existia poder comum ou lei estabelecida, exceto a lei natural, que é a razão humana e para Rousseau a democracia deveria dar-se de maneira direta.

Resumindo, se Locke pensa que o liberalismo parece ser maior do que a democracia, ao falar de Rousseau, temos exatamente a impressão contrária.


3ª questão: Relacionar o documentário “Vocação de poder” com o texto “Como Controlar o Representante? Considerações sobre as Eleições para a Câmara dos Deputados no Brasil” de Jairo Nicolau.

O documentário “Vocação de Poder” mostra todos os bastidores que é um ano de votação. Desde a candidatura, até a possível eleição do candidato. O documentário tenta mostrar como é a vida de cada um deles, com vídeos do dia a dia e como fazem para “buscar” seus votos. O espectador nota, a medida que vai se passando, o que é necessário para poder conseguir a confiança dos eleitores.

Muitos apelam para o poder já “inserido” em família, como é o caso do candidato a vereador que tem pais deputados. A influência que ele sofre dos pais é tamanha, que pode até ser confundida por alguns eleitores, achando que aquele candidato é igual ou parecido com seus ancestrais. Mas até que ponto pode chegar essa “influência”?

O que muitos eleitores não sabem (deveriam saber, pois o poder está em suas mãos) é que existem formas de controlar a atividade parlamentar no país. São alguns: lista aberta, votação apenas na legenda, coligações entre outras.

O que não fica exposto no documentário é o poder que é imposto à muitos dos candidatos. Tomamos como exemplo o caso do candidato Carlo Caiado. Família na política e novo quando se candidatou, Carlo sofreu forte pressão e assim, ganhando um poder imenso quando eleito. Era de se notar que ele tinha uma vocação ao poder, somente pela influência familiar, como é o caso do candidato com pais deputados, com poder ainda maior.

A candidatura da pastora Márcia foi um dos fatores que mais chamou atenção no filme. Só pelo fato dela já ter o “poder” em suas mãos, por ser pastora, de cara já havia conseguido muitos votos. Não foi surpresa para ninguém que ela tenha sido eleita.

Um dos elementos que o texto “Como Controlar o Representante? Considerações sobre as Eleições para a Câmara dos Deputados” de Jairo Nicolau abrange é a Clareza de responsabilidade, que permite os eleitores identificarem o partido responsável pelas políticas implementadas pelo governo, dando a eles um poder de votação ainda maior. Então, Jairo Nicolau afirma:

Portanto, um elemento fundamental para definir a clareza de responsabilidade é o grau de apoio parlamentar do governo. Os governos unipartidários e majoritários, tal como os gabinetes formados no Reino Unido nas décadas de 80 e 90, por exemplo, possibilitariam um alto grau de clareza de responsabilidade por parte do eleitor.

Análise crítica do seriado "Awake"

Projeto de pesquisa apresentado ao Curso de Jornalismo da Universidade Católica de Pernambuco, como requisito parcial à obtenção do grau do 2º GQ da disciplina Linguagens Audiovisuais sob orientação da professora Aline Grego.


Introdução

A semiótica é basicamente a ciência que estuda todos os fenômenos culturais, como se fossem sistemas significação, ou seja, que têm um significado. Há nela, uma série de ramificações como a semiótica estruturalista, que fala dos signos verbais; a semiótica Russa, que fala da linguagem, literatura e de outros fenômenos culturais; entre outras.

O instrumento que estudamos foi a série americana “Awake”, que significa “acordado”. A história, na verdade, contém duas versões. Um cidadão comum perde seus maiores desejos, seu filho e sua esposa, num acidente e, depois disso, vive duas vidas. Um dia ele acorda com a mulher e no outro com o filho.

O que queremos mostrar é a dúvida que fica ao telespectador do que é real e do que não é real. Se a vida que ele tem com o filho é a verdadeira, ou se quando ele está com a esposa, significa um sonho. Tudo isso fica a critério de descoberta e “achismo” do espectador.

Como o sema é a unidade mínima da semântica, cuja função é a de diferenciar significações, definimos a semiótica discursiva como comparação à série analisada. A visão de Algirdas Greimas é estruturalista da linguagem. Para ele a semiótica é a “teoria da significação”, que somente se torna operacional quando situa a análise em dois níveis. Ex.: masculino/feminino – plural/singular. No caso da série, vida/não vida – real/não real.


Dois sonhos, uma realidade.

Awake conta a história de Michael Britten, um detetive da polícia de Los Angeles que sofre um acidente de carro com a família, e a partir de então, se vê ligado a duas realidades, uma delas em que apenas sua mulher, Hannah, sobreviveu e a outra seu filho Rex. Essas duas vidas se alternam, a cada vez que Michael dorme, e assim, ele vive seus dias dividido entre a felicidade de ter sua família, pelo menos em parte junto a ele, e a dúvida de estar vivendo um sonho.

Cada realidade é identificada pelo espectador através do tom da fotografia utilizado em cena. O diretor utiliza as cores preferidas de Rex, o verde, e Hannah, o vermelho, para dar a textura das imagens e conduzir quem as acompanha, durante as trocas contínuas de realidade que Michael faz. Além disso, ele usa pulseiras, vermelha e verde, para distinguir em que realidade ele está acordando.

Michael tem que desvendar crimes nas duas realidades, que de alguma forma estão sempre conectados, se completando e só solucionando um, é possível encontrar a resposta para o outro. Para essa tarefa, ele conta com seus parceiros, Bird na realidade verde e Vega, na vermelha e divide seus medos e dúvidas com seus terapeutas, Dr. Evans e Dr. Lee, diferentes em cada realidade, os únicos a quem Michael confia em contar o que acontece e que a todo momento induzem Michael a acreditar que a realidade oposta, é apenas uma criação.

Em pequenas doses, o expectador ganha mais uma pista do mistério, e aos poucos descobre que a situação de Michael está ligada a algo muito maior, e que até seu acidente esconde um mistério envolvendo as pessoas em que mais ele confia.

Ficha técnica:

Diretor – Jeffrey Reiner
Atores: Jason Isaacs - Michael Britten; Laura Allen - Hannah Britten; Steve Harris - Detective Isaiah 'Bird' Freeman; Dylan Minnette - Rex Britten; BD Wong - Dr. John Lee.


Análise crítica

De acordo com os estudos propostos por Greimas, um filme tem que adquirir significado e sentido ao leitor. Para isso, é necessária uma junção de partículas encontradas no filme, seja através de um discurso, um zoom, o silêncio ou elementos fotográficos presentes na cena.

Analisando o seriado Awake, percebemos fortemente a presença da semiótica discursiva, em que, o enunciador utiliza a junção dos elementos da cena para dar significado ao discurso, fazendo com que, o espectador “participe” da trama. O que está visível e invisível é capaz de ser captado, produzindo sentido.

Tomemos como exemplo, a primeira cena do episódio piloto, em que, o acidente de carro aciona fortemente o barulho de estilhaços e a batida do carro na ribanceira. Você não precisa ouvir os gritos dos personagens que sofreram o acidente e tão pouco observar a cena de longe para entender que o carro está capotando em uma ribanceira.

Os sons produzidos em Awake chama-se banda sonora, que percorre todos os episódios, sem trilha sonora. Apenas o som das vozes (som representativo), os ruídos, sons naturais (sons figurativos), estão presentes, referindo-se aos objetos do “mundo real”.

Outra cena a ser analisada logo no início da série é o momento no qual o detetive Michael Britten está conversando com seus terapeutas. Não precisamos de nenhuma placa mostrando qual profissão eles exercem, pois o ambiente e o modo como os personagens conversam já pode ser subentendido. O mesmo acontece para o próprio personagem principal, através dos ícones presentes nele: roupa social, postura ereta, distintivo da polícia; o que nos leva a crer que ele é um policial.

Na enunciação percebe-se o olhar que institui e organiza o que se encena... O ponto de vista do qual se observam as coisas, é dizer, o eixo em torno do qual giram as imagens e sons e que, conjuntamente, dão as coordenadas para que o espectador também se situe na narrativa”. (CASETTI, Francesco)

No decorrer dos episódios, o enunciador apresenta grande influência no seu espectador, tentando conquistá-lo. Ele tenta injetar, de forma indireta, o seu ponto de vista, para fazer o espectador entender ou se perder, como acontece no seriado. A principal enunciação do seriado é a dúvida árdua para saber quem de fato está vivo, se é a sua mulher ou seu filho.

Neste caso, a contrariedade está presente, já que, se o filho estiver vivo, a relação com sua mulher não passa de um sonho; se sua mulher estiver viva, sua proximidade com o filho é irreal, ou seja, um pressupõe ao outro. Essa relação de realidade e fantasia é bem demarcada quando o diretor põe a cor azulada quando há cenas com o garoto e uma cor bem alaranjada transmitindo calor, que é a da sua mulher. A pulseira em que ele utiliza em cada dia é marca registrada do personagem para se situar com quem ele “passará” o dia.

O grande trunfo do diretor é conduzir o espectador à constante dúvida da real existência daquelas realidades paralelas ou da criação da mente de um homem que sofreu um grande trauma.


Referências bibliográficas

Awake (TV Series 2012) – IMDb
Disponível em: . Acesso em 30/05/2012

Créditos à Adriana Ribeiro, Carlos Prado e Vítor Albuquerque