O Globo Universidade, a Universidade Católica de Pernambuco e a Universidade Federal de Pernambuco promoveram nesta terça (12) e quarta-feira (13), no auditório G1 da Unicap, o seminário "Telejornalismo: Processos e Linguagens". O evento foi uma ótima oportunidade para os alunos de Jornalismo das duas instituições de ensino superior conhecerem melhor o trabalho cuidadoso e relevante realizado por jornalistas renomados, trocar experiências com eles e aprender mais sobre o modo de fazer jornalismo televisivo, além de ter acesso aos bastidores da notícia. O seminário contou também com a participação de professores e pesquisadores da Católica e da UFPE.
O Reitor da Universidade Católica de Pernambuco, Padre Pedro Rubens, deu as boas-vindas ressaltando a importância da discussão da linguagem do telejornalismo para estudantes da área de comunicação, e ainda, o valor da participação do Globo Universidade na Católica. O programa foi criado em 1999 com o objetivo de apoiar a pesquisa acadêmica e promover visitas técnicas de alunos e professores às instalações da emissora, além de possibilitar a realização de palestras e seminários nas universidades de todo o país.
O repórter especial da TV Globo Marcelo Canellas abriu os dois dias de seminário com palestra sobre “Telejornalismo: Criatividade e Linguagens”. Dividiram a mesa com ele o coordenador do curso de Jornalismo da Unicap, Prof. Dr. Alexandre Figueirôa; o professor de Telejornalismo da Unicap Cláudio Bezerra e a professora do Programa de Pós-graduação em Comunicação da UFPE Yvana Fechine.
Canellas, que é gaúcho, formou-se em Comunicação Social pela Universidade Federal de Santa Maria e iniciou sua carreira no jornal “A Razão”. Em 1980 foi contratado pela afiliada da TV Globo em Ribeirão Preto e, em 1990, foi convidado pelo jornalista e diretor da Rede Globo, Carlos Henrique Schroder, para ser repórter especial da TV Globo no Rio de Janeiro. Desde então, vem realizando uma série de matérias e reportagens para todo o Brasil e já recebeu diversos prêmios.
“Um texto de televisão é completamente diferente de um para jornal impresso. Em TV, obrigatoriamente, você deve casar imagem com texto. Agora, obviamente, numa imagem de uma pedra caindo no lago, por exemplo, você não vai narrar ‘uma pedra caindo no lago’, justamente porque é óbvio que aquilo está ocorrendo. Você deve assistir às imagens e, a partir delas, mostrar sua opinião sobre aquilo, deixando de lado o clichê”, ressaltou Canellas.
Além de falar sobre suas experiências e mostrar algumas técnicas que utiliza para realizar suas reportagens, Canellas exibiu três reportagens especiais que ele fez, para o Fantástico e para o Jornal Nacional. A reportagem “Padre fica com fama de pacificador” mostrou um ataque da polícia sobre uma pequena cidade perto de Brasília e contava a história de solidariedade de um padre que acolheu os moradores na igreja da cidade, para tentar fugir do transtorno. O que deixou claro que o trabalho de um jornalista é bem mais que escrever e aparecer na TV ou no rádio. Além de correr riscos, o profissional tem que passar toda a informação do que está acontecendo naquele momento.
Canellas comentou sobre a série dos 35 anos do Jornal Nacional a respeito da “Desigualdade” e sobre a sua insistência para realizar uma reportagem sobre a fome no Brasil. Ele levou mais de três anos para convencer a emissora a realizar a matéria. “Escrever para televisão é saber articular uma infinidade de elementos que nos permite a criatividade”, enfatizou.
Marcelo disse que o jornalista tem sim que ser imparcial. Mas, até que ponto essa imparcialidade deve chegar? A pergunta seguiu logo com uma resposta: “Além de jornalistas, nós somos seres humanos, e não podemos ser robóticos em uma produção de reportagem. Diante de uma desgraça, por exemplo, são poucas as pessoas que não conseguem se comover. Então, você tem de medir essa imparcialidade”, frisou.
Ao final da primeira parte do seminário, os participantes da mesa fizeram algumas perguntas ao repórter e o coordenador do curso de Jornalismo, Alexandre Figueirôa, abriu a sessão para perguntas da plateia.
Na parte da tarde, a palestra foi com a repórter especial e correspondente internacional da TV Globo Sônia Bridi, que apresentou várias reportagens realizadas ao longo de sua carreira.
Sônia nasceu em Santa Catarina e foi correspondente da Rede Globo em Londres, Nova York, Pequim e Paris. Realizou diversas reportagens sobre mudanças climáticas para a série "Que tempo é esse", do Fantástico. Entrevistou personalidades como o Dalai Lama e o ex-presidente do Brasil Luiz Inácio Lula da Silva em sua viagem à China em 2004.
No seminário, Sônia aprofundou o assunto "Reportagens especiais" e mostrou algumas de suas produções, dando ênfase para a série sobre o clima, que a levou a viajar para Bali, Poznam, Polônia e Copenhague. Além de mostrar algumas de suas produções e reportagens especiais, discutiu assuntos atuais e dividiu seu conhecimento com os estudantes de jornalismo presentes.
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