O tempo foi
passando e a “padronização” foi ganhando espaço. A partir do século XXI, as
pessoas foram tomando gosto por tecnologia e cores mais suaves em suas casas,
além de objetos novos, finos e de design arrojado. Mas como toda regra há uma
exceção, de alguns tempos para cá, veio-se notando a grande presença de objetos
antigos nas residências.
A casa do Cerimonialista
Marcilio Reinaux, trás desde uma referência do modernismo recifense ao
antiquado gosto europeu. Com objetos desde o século XIX, Reinaux faz, da
decoração de sua casa, um jogo de passado e presente.
“Estou no meio termo. Guardo apenas o que julgo
interessante e que tenha em mim, despertado algum tipo de interesse. No meu
caso, guardo objetos que sejam um referencial de fatos ou acontecimentos, os
quais eu entenda, que precisam ser lembrados em futuro, seja por alguma
necessidade ou por mero prazer de ter.” frisa Marcilio.
O termo “Memorabilia” é uma expressão latina
que envolve esse imenso universo de guardar e colecionar objetos. Significa literalmente: "coisas
que servem para serem lembradas". Embora sendo de ampla aplicação,
mais se ajusta a partir do momento em que se torna necessário recordar,
recolher ou mesmo editar obras de autores antigos. Preservar a memória e
projeta-la para a posteridade, parece ser o papel fundamental da memorabilia.
Assim, de certa forma, guardar objetos, por
quaisquer que sejam as razões, históricas, sentimentais, mercantilistas,
quem o faz, ou seja, quem guarda, está nada mais do que praticando uma boa
forma de Memorabilia. Assim, diz-se que tudo o que teve um
significado importante para uma pessoa, pode ser preservado e ou
mesmo recuperado com uma memorabilia, que na prática é o recolher de forma
preferencialmente organizada, experiências vivenciadas com objetos,
conhecimentos adquiridos, enfim tudo aquilo que marcam a vida e pela importância
que possuem devam ser preservadas.
“Todos os objetos que tenho em minha casa representam
um pequeno fragmento de um grande e maior "tesouro"
posto. Cada um têm uma "história", algumas agregadas de valor
sentimental, outras não.” Afirmou Marcilio.